BANCO CENTRAL DOS ESTADOS DA ÁFRICA OCIDENTAL (BCEAO) LANÇA O DISPOSITIVO DE APOIO AO FINANCIAMENTO DAS PMEs E PMIs

O BCEAO lançou no passado dia 1 Agosto 2018 o dispositivo de apoio às Pequenas e Médias Empresas e Pequenas e Médias Indústrias (PMEs/PMIs), adotado na conferencia dos Chefes de Estado e Chefes do Governo da UEMOA, com vista à redução do desemprego na União. 

O dispositivo de Apoio ao Financiamento de Pequenas e Médias Indústrias e Empresas reveste-se de elevada importância não só para a classe bancária, mas também para todos os outros actores do sistema financeiro, nomeadamente, os empresários, o Estado e a população em geral.

Os Bancos em particular, têm enfrentado enormes dificuldades na apreciação dos pedidos de financiamento que lhes são apresentados pelos seus clientes. Essas dificuldades têm a ver com a fraca fiabilidade de informações financeiras dos proponentes, falta de informações sobre o historial de crédito do cliente, fraca qualidade na elaboração dos planos de negócio apresentados, informações desactualizadas sobre o registo de propriedade dos patrimónios das empresas, etc.

A aplicação deste dispositivo irá permitir aos operadores económicos terem acesso a um acompanhamento apropriado das estruturas do Estado criadas para o efeito, no que concerne a capacitação dos promotores, a elaboração dos seus planos de negócio e projectos de investimento, a organização na gestão da empresa, a organização contabilística da sociedade ou da empresa e ainda o acompanhamento na execução do projecto, entre outros.

Em correlação com outras medidas já em vigor, nomeadamente o BIC, a aplicação do dispositivo em referência, permitirá aos Bancos aceder informações mais fiáveis e, por conseguinte, melhor apreciação do risco do cliente. Por outro lado, irá permitir aos Bancos refinanciarem-se junto do BCEAO, cedendo em contrapartida as assinaturas sobre os créditos concedidos no âmbito deste dispositivo, com uma maior atenção na análise dos rácios financeiros associados às empresas financiadas neste quadro.  

Não podemos deixar de referir que para o sucesso desejado, é necessário o compromisso de todos na aplicação efectiva do dispositivo, que os empreendedores tenham consciência  das vantagens e benefícios de recorrerem ao apoio das estruturas de acompanhamento e acima de tudo, a colaboração do sistema judicial na recuperação das dívidas.

São necessárias algumas reformas ao nível do sistema de contribuição e impostos para evitar sobrecarga fiscal sobre as empresas formalizadas a favor das não formalizadas sem desvalorizar a bancarização das operações financeiras. 

Qualquer PME que precise de apoio bancário para desenvolver a sua actividade deve dar-se a conhecer com total transparência ao seu banco e deve procurar conhecer melhor os parâmetros que condicionam a actuação do seu financiador.

O crescimento da empresa depende muito do investimento realizado e do acesso ao capital que ela possui. O acesso ao financiamento bancário, principalmente na fase inicial do ciclo de vida das PMEs, é imprescindível para que estas tenham possibilidade de explorar os seus potenciais de crescimento e inovação. 

A organização da contabilidade nas empresas é uma exigência para obter a confiança da banca e o consequente financiamento, sobretudo com a entrada em vigor dos Acordos de BASILEIA II/III, e do novo Plano Contabilístico Bancário (PCB).